We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

ARTE VEM PRIMEIRO

by BAG

/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      €5 EUR  or more

     

1.
(BAG) Senta-te ao entrar (ao entrar x2) Trago às costas mil promessas que ainda tenho que encontrar Não tenhas medo de cá estar (de cá estar x2) Eu dou um jeito ao meu mundo p´ra poderes cá ficar Se é o caso a casa é tua, miúda, Senta-te à vontade. Numa volta muito rápida: cozinha, quarto, sala, bar, Ali é o banho, aqui eu faço a minha arte. (E o meu poema?) O teu poema? Esse fica p´ra mais tarde. O mundo está meio desarrumado. (Deixa estar, não te incomodes). Estou acostumado a viver nisto, só limpei isto p´ra ti. Hoje Eu vim directo da cidade do pecado e tentei pô-lo No meu quarto, mas parece que só amar-te é que não coube. O cinzeiro está na mesa, podes fumar à vontade. É assim que eu mato os pensamentos depois de aceitar os factos. O sofá está no teto, tinha o mundo ao contrário E como só me deito nele, não consegui traze-lo a baixo. Os quadros são originais, comprei-os na cidade. E as molduras estão partidas, isso é de obras que aqui faço. Não te importes com o barulho, é a vizinha do lado, Está a ligar p'ra saber se amanhã vou à faculdade. Cuidado que as janelas estão trancadas. Afasta-te dos moveis, eles caem. Vejo no teu olhar que já estás preocupada, Relaxa, queres algo? Tu ainda não viste nada! (Refrão) Bem vinda ao mundo em que acredito! (acredito x2) Tapa a boca, fecha os olhos, tu aqui não tens sentidos. Sozinhos no meu espaço... (no meu espaço x2) Se vires o mundo a querer virar é porque é obra do pecado! (BAG) Queres entrar no meu quarto? Tento mantê-lo trancado ao máximo. Está decorado como um lunático, amargo e cético. Manipulado pelo prédio em que eu habito Tenho por hábito pôr os monstros debaixo da cama, Então cuidado ao vires p'ra cá, Atenção onde pisas! Tenho fotos espalhadas desde o chão até a cima. Até na merda do armário, com os esqueletos empilhados, querida, Eu quero ser normal mas também quero saber da vida. Fica aqui, aqui sozinha, eu vou passar na cozinha, Afogar estas lembranças em bebida. A cama está fodida, literalmente, e precisa De uma ida ao psicólogo p'ra tirar ideias a limpo. As paredes têm ouvidos, e a janela tem-se sentido Observada daí estar fechada, e A marca que aí vês na porta é a pauta em que eu pratico E escrevo em linhas tortas antes que deus interfira. Agora bazas ou ficas? (ou ficas x2) Abraças-me ou pisas-me? (ou pisas-me x2) Não tentes arrumar-me, é assim a minha vida: Conforma-te, ou querida, eu faço-o sozinho.
2.
BAG - SORRI 04:02
(BAG) Foi proibido, dizem eles que o fruto prometido é deles?! Eu cá deslizo pelas lombas do cupido sem vê-los. E vou pisando em paradigmas p'ra que o fim não venha a mim Fazer das suas. E é por isso que eu aprendi com o tempo. E já que alguém me mostra a pradaria à beira mar plantada, E p'ra que colha a flora viva, cá me viro a semea-la. Eu vim do nada e vi que tudo o que me davam era "imagem": O reflexo da miragem à qual chamam realidade. Pus os pés no chão e pus de parte a pauta por minutos P´ra poder contemplar as palavras na palma, em ponto bruto. Pronto puto, já te emancipaste por segundos! Agora canta com este lustre, pela ponta da tua fonte de luz. Fechei olhos ao ódio, e à tristeza neste mundo. Tentei poupar corações e ver cascatas nas tuas lágrimas, Que enquanto eu fugir à responsabilidade de graúdo Sei que p'l'um momento efémero vou ter fé na humanidade. Mas A vida continua a dar-te calma P'ra pintar a tela em tons de sábios do passado. Em aguarelas cristalinas, quis a minha sina ser fiel À sorte que fabrico sem químicos, em papiro (Refrão) Porque esta vida é um negócio, eu fiz as contas no papel. Troquei imagens e palavras p'ra viver a vida em pleno. Eu sou um sortudo e vim do nada, deram-me tudo e antes que acabe Eu quero viver a vida em pleno! (BAG) Se mentes semeias sementes de desconfiança, Somente p'ra veres que quando as colheres a rosa tresanda. E quando escolheres o que pões na colher, abranda. Mano abranda! Que o mundo é insano, mas a lucidez comanda. Se a fada dos dentes bazou e o pai natal arrumou as botas, O coelho da páscoa pulou p'ro nada e ficou a revolta. Se vires que é nada, nada p'ro passado e procura a clarabóia do prazer, Depois diz se encontraste a bóia p'ra magoa... E se vires mil lágrimas passadas, Faz delas uma cascata, e a vida dá-te calma. Vê tudo o que sonhaste e veste o hábito De ver um lar na Terra, o planeta é a nossa casa. E o máximo é o teu limite! E se quiseres mover montanhas o limite não existe. A consequência é felicidade e eu sempre quis Dar fogo à minha alma e agradecer por existir.
3.
(BAG) Lembras-te quando era-mos putos e o mundo dava P'ra dar a volta ao mundo e no fim voltar a casa. A alma não apagava e no fundo as nossas calças Guardavam o que encontrava-mos em aventuras inventadas. Era-mos todos aspirantes a profissionais da bola E o campo marca a sola gasta desses sonhos. O terreno guarda-nos na memória, e vai na volta Nós guardamos as mesmas pedras que marcaram os nossos golos. Estivemos juntos desde a primeira playstation, é verdade, Fomos deixando as impressões digitais, Desde os CDs até aos comandos e os sofás, e a mocidade Foi ficando guardada nos nossos memory cards. Até sonhava que eu podia voar E agora olhando p'ra trás, eu acredito que era um facto. Porque as manhãs começavam na casa da minha avó E acabavam com as tardes na avó do Zé (que deus a guarde). Só parava-mos para almoçar e p'ra lanchar E se há calor a mercearia é o nosso lar. E férias após férias juntos, aulas após aulas conto As horas e os minutos p'ra podermos ir brincar, eu quero voltar... (Refrão x2) Nesta máquina do tempo ao meu passado, P'la avenida das lembranças, ás ruas da mocidade. Oxalá o futuro nos recorde como eu faço. E que um dia a gente lembre o que passámos. (BAG) Lembras-te da felicidade? Só a idade sabe dá-la. Só a ingenuidade iguala essa falácia. E se cantassem? Eles não sabem o que nós sabemos malta! Porque se soubessem eles sorriam como eu faço ao relembrar: Os chipicaos e bolicaos e as batatas fritas, E os avós e mães aos gritos com as partidas. Alguns partiram mas não morrem, acreditem, Nem que eu faça mil versos, aquela rua sempre vive! Eternamente os momentos transformam-se em vento, Moldam-nos a mente e aprendemos. Crescemos com o melhor que a vida nos oferece E agora eu quero agradecer-vos, então: Ricardo (obrigado!), António, Zé e André (obrigado!), Avós, Naciolinda, Noémia (obrigado!), Vizinhos, amigos, família! E hoje o que eu sou é porque vi-me abrigado, Vi-me deitado num leito de amor e agrado. E eu guardo p´ra sempre a lembrança num laço que eu não troco por nada E p'ra sempre me abraça num abraço e viajo na máquina do tempo ao meu passado... Eu quero voltar!
4.
(BAG) Se um dia vires que somente a mulher dos teus sonhos comanda o momento, Pede perdão à clarabóia do teu ser. Implora p'ra realidade soltar as amarras da sociedade, tu és Um monstro domesticado pelo tempo. És uma pedra de estro do lustre de Dante, Que passou o inferno sozinho. Pelo amor à vida constante que preenchia o seu vazio. E enchia cadernos e blocos de notas com palavras de esperança E hordas de glórias e astros prometidos numa dança Evoluída da consciência do ser humano com a mãe. Pergunta a essa fauna que te engloba se conhece o prazer. E se alguém responder na sombra da lua, que é dança com medo de amar, Ela, nua, diz-te sem sombra de dúvidas que tu não viveste nada! Podes já ter visto e ouvido milhares de historias contadas da boca da noite malvada. Coitada da gente que crê no que essa vida lhes mostrou... E existe mesmo? Perguntam vocês. Eu simplesmente deslizo na lombas do cúpido pelos céus infinitos À procura de provas contadas que um velho viveu. Perguntam à bruxa p'lo luxo de ver nas cartas rainhas de copas. Rainhas das sombras aperaltam-se p'ra poder dizer que têm luxo acima das outras. Mas sabem são lixo e valem um pico de carne, num momento exacto De adrenalina, numa posição horizontal. Homens idolatram, são reis de paus, só param na calma do adormecer solitário E vão ao solário por, na pele, o bronze da alma ao luar. Mas o ar milenar é diário e vale o ouro na pele da alma, que nunca Salvaguardaram, p'ra recrear em laboratório ou num bar. Vai ficando claro, concordam? Com cordas diferem bondage e o relógio biológico. Acorda! Que o sol vai-se pôr à alvorada Ou levantas-te, ou mergulhas num sono profundo Pela noite e pelo escuro. O sangue diurno trás felicidade. É a diferença da luz de presença e de a de um sonho acordado. Mano abre as asas e arrisca tudo, num mundo que estereotipa o passado E conta por números as tuas conquistas por luas, p'ra alimentar um ego fraco. A noite é procura, o dia é loucura. Presente e futuro. Presente do amor que difere do sexo pela infinidade da luz!
5.
(BAG) Sou funcionário, eu 'tou à mesa com a empresa, a ver crescer a obra Presa na cabeça p'ra que a imprensa corra a ver Quem fez da mesa, do papel e da caneta este sucesso em peso. Então conheçam a peça por trás da empresa: o maestro... Eu passo horas nesta merda a reorganizar as letras. Palavras viram versos e versos viram poemas. Com nexo eu conecto os mesmo até ver proezas Nunca antes escritas num caderno. Nem mesmo preso à manipulação que me orienta A ter canudo e ser contudo um teso. Contento-me com o livre arbítrio que só conhece o vento E o tempo, p'ra mim, é um conceito que condiciona o ser. Porque a dormir agarro os sonhos e transformo-os em cantigas E nunca largo a melodia até acabar a tinta. Eu nunca paro de ser artista porque a sina já foi escrita, E se eu falhar eu finto as linhas tortas do destino. Imagina nunca ter sequer riscado a folha branca Ou observado e dissecado o deambular que a gente aceita Ao ser humano, um ser sem vida ou ser selvagem? Lume brando até que inspira, mas despi-me e pus as roupas na lareira. Eu sinto-me incondicional e a consequência é ser feliz, Com a condição de nunca abraçar a ignorância característica Ao homem sem fome, imóvel ele morre, Vestido de condições que só encontro em livros. (Refrão) Deixa-me ser livre! Eu estou na estrada, pelas curvas a seguir com estilo. Deixa-me ser livre, Que enquanto a escrita me abraçar eu continuo muy tranquilo! (BAG) Perguntem p'la semente, a minha mãe anda a ver se eu Venço na vida, ela venceu, e eu a segui-la. Subi, eu 'tou no Bêco, é uma subida até ao céu E a seguir só vou parar se eu vir que o monstro em mim morreu. Pareceu-me haver poemas por escrever, Porque hoje em dia o money pula e manipula a convencer. O people escreve com a promessa de ver guita, a parecer Que esquecem a língua de Camões que fez o rap aparecer. Agora aqueço o banco, ya, relaxo até ter margem. Eu estou num camião p'ra manobrar carga pesada. Eu venho com a bagagem destemido e se encontrarem-me A saltar a ponte D. Luis, isso não é miragem. Determinista e perfeccionista eu Calculo cada dica e cada linha engana deus. Presumo, em cada verso escrito, que descredibilizo ateus E dou razão aos velhos sábios p'ra voltar a escrever. Não vim beefar, mas hoje em dia agentes fazem "música". Editoras tornam robôs toda a população. Hoje em já nem quem faz música a aprecia E dão razão aos meus avós, que a melhor música já eles ouviram... Deixa-me ser livre, Se eu estou armado de palavras p'ra escrever um livro. Deixa-me ser livre, Que enquanto a vida me abraçar eu vou fazer da vida isto. (Refrão) Deixa-me ser livre! Eu estou na estrada pelas curvas a seguir com estilo. Deixa-me ser livre, Que enquanto a escrita me abraçar eu continuo muy tranquilo!
6.
(BAG) De facto apazigua-me. A paz é tudo e nunca Corromperia a luta que me trás virtude. Solucionaria à lupa, atrás de uma altitude inúmera, A paz de espírito única e total no mundo. Sente a luz e escuta, esta música domina-nos. A arte é muito astuta e procura dar-nos vida. Sentido à solidão divina, ou ser mais que um, Só queria que entendessem a poesia com que eu pinto, e um dia Não seja um só dia. A felicidade é escassa e a opinião influência, Porque eu vivo em sociedade e as massas não se decidiram Que não querem viver a vida num só dia. Capitalismo e conformismo são cancros nesta vida Porque vendem-se valores sem que ao principio a gente os crie. E eu não quero que a vida seja um só dia. Eu quero vida boa e a qualidade patrocina-se. Eu quero a boa vida mas não sei se m'o permitem. Eu não quero viver a vida num só dia.
7.
(BAG) Eras perigosa, domesticaram-te quando eras nova. Drogas e álcool interessavam-te. Sempre assim ágil, sendo que andavas nas bocas da malta. Cenas macabras, por ti matavam-se e cortavam-se Se não tivessem força na alma, porque só tu interessavas. Eras auto estima ou popularidade? Sina bruta impossível de ser controlada. E no meio em que ela vive não te ensinam que a verdade É que esta cena custa e ainda assim, conquistas nada. Nefasto! Julgaste que eras bela mas erraste. Moldaram-te pela escola onde andaste. E ocupaste espaços de falhas passadas, Que a educação deixou-lhes marcas. Foste facadas no peito com marcas caras e roupas p'las quais imploravam, Com comportamentos macabros, que não esperavam, mas eles Mudavam por ti, erravam contigo. Deitada na alma de quem foi falso consigo num passo continuo p'ro nada Que tu valias só isso! Nada! Fui apresentado a amostras biológicas. As notas mais baixas compravam a lógica errada. Mas esse divertimento não foi passado contigo ao lado. Mas vendo a história nem mesmo a glória da noite foi posta ao acaso, Que tu podias não entregar-ma, mas acredita que incentivavas o vicio! E quantos não pensavam como eu? E agarravam-se a ti como se a vida dependesse disso. E expunham-se! Mas eu não. Via-os na boa a serem manipulados. Frutos do pecado. És meta ilógica e hoje Eu sei aquilo que vales! Porque p'ra eles passaste a ser gajas saídas da casca, E elas saiam ao sábado aperaltadas p'ra não dormirem em casa. É burrice e conformismo. Erros e vicio. Da manada ser igual em si e sem princípios. Olha p'ra nós agora e diz-me o que é que vales! E se trouxeste felicidade a alguém, mostra-me algo. Eu vejo que és erros passados e loucura dos que mudaram, Mas hoje olhando para trás continuas na mesma classe E não vales nada!
8.
(BAG) Quero o meu espaço claro, alargar horizontes a cada passo dado. Sentir o meu sonho realizar-se. Sinto-me escasso nesta cidade, reduzida à sociedade Limitada por padrões errados. Achar o meu traço neste mapa. Viajar pelas pegadas da humanidade, achar amizades e conta-las. Ser lembrado por humanos, que nem humano me imaginavam E conformar-me que a felicidade é uma experiência acompanhada. Pôr a mala ás costas e enche-la com o mundo inteiro, Cortar as posses materiais e queimar o dinheiro. Eu e os meus livros, os diários e os mantimentos, Conhecimento, check, sigo à pendura do vento. Deixo para trás uma carreira de sucesso. Aluno exemplar que os pais ambicionam sempre. Os pais cometem erros que moldam a identidade E levam a que a identidade paternal seja desvalorizada. Sente! (Refrão) Eu quero sentir a imensidão da existência, a realidade que nos roubam com a sociedade. Quero a insignificância de uma pena. Voar com o vento até onde eu poder voar. (BAG) Liberdade! Liberdade absoluta e inigualável, Sem opressões ou regras para alem das naturais. Ser a Natureza na solitude de uma palavra, Sendo o Alasca uma meta a alcançar. Quero os valores acima de qualquer ser. Mas sendo humano sou moldado e marcado pelo meu fado. Por mais que eu queira voltar as costas ao que eu fui, Ao ser humano eu carrego nas costas o meu passado. E fujo, eu juro, eu não me adapto ao que vivi. A sociedade assusta-me, tento deixar p'ra trás o Chris. Quero ser o Alex, e mudo! Eu mudo tudo e fujo! Desço rios e muros, subo montanhas e tudo. Conheço gente e enfrento-me, só penso na minha conquista. Quero liberdade e gritar até me perder de vista. Vou ser puro, não sou louco. Eu só espero que acreditem Que o meu refugio do mundo, é o meu casulo para a vida. (Refrão) Eu quero sentir a imensidão da existência, a realidade que nos roubam com a sociedade. Quero a insignificância de uma pena. Voar com o vento até onde eu poder voar. (BAG) E o Alasca é a minha meta, o meu destino. Um objectivo amargo p'ra cruzar o meu caminho. É tudo o que eu sempre quis e imaginei desde o principio, Ou tudo o que eu construí e decidi levou-me a isto? É tempo disto e este autocarro é o meu novo lar, Já não vou voltar, eu encontrei o paraíso! Eu conheci-o! A liberdade inigualável. Ingenuidade pelo egoísmo. Eu obcecado ou eu feliz? Sei que queria isto mas nem tudo é um mar de rosas. Nem sempre o humanismo de subrepõe ás minhas glórias. E atrás das costas visto mil memórias, vi quem sou e Aqui, só, vivo só comigo e as minhas histórias. Querem provas? O diário conta-as. E experiências? Eu vivi-as todas. Natureza eu pequei. Perdoa-me. Ilumina o céu à minha volta. E sorrio à solidão com o meu perdão divino. A lição que eu quis não me preparou p'ra isto. O determinismo egoísta que outrora tive Ensinou-me que a felicidade não existe sozinho. (Refrão) Eu quero sentir a imensidão da existência, a realidade que nos roubam com a sociedade. Quero a insignificância de uma pena. Voar com o vento até onde eu poder voar.
9.
(BAG) Fizeste um pacto e viste o norte disto, Despiste a morte, rijo, firme e concentrado Em despistar o que um suporte diz. Livre ao ver um corte ao que o suposto social quis. Criaram preconceito e agora foge disto. Agora morre Cristo, a fé na humanidade só corrói Isto é um filme e Al Pacino é o protagonista. Morgan Freeman no relato e nem guião existe. A bilheteira é erradicada dos cordões do simples. Porque é complexo, A vida é um testo, o Cerebro apodere-se da minha sina, que eu contesto. E eu testo o livro de eruditos se me elevo. Eu estou no limbo a decidir se fico ou cresço. A responsabilidade não espera que eu saiba que ela chega. Ela faz promessas laças com as quais ato o meu presente. Eu sou parente de um cigarro e da magia das palavras, sente, Sempre quis ser astro sem sair de um espaço quente. E o espaço-tempo dobra lentamente, e um escasso vento sopra Um estranho estende um cravo à minha persona. Lembro como se fosse ontem, como começou a ordem. Como o meu alter eu se fez deus na desordem. (Refrão) Eu vim do átrio do passado até à porta, Bati na entrada até afastar a minha outra forma De viver, já nem sinto o frio lá fora. Estou a ver o hall de entrada dar-se à minha volta.
10.
BAG - IDEIAS 04:02
(BAG) Sinto-me oprimido nesta imagem do que é ser humano. Omitem o que é óbvio, um individuo nunca irá ser tanto Quanto dizem. O céu é o limite? Ignoram o grande plano: Os homens lutam p'ra ser ricos, não p'la liberdade mano. Não à igualdade! Insano eu sou. Sigo sem ter margens. Escrevo o meu capitulo em sangue, suor e lágrimas. Sinto o seu calvário numa sina simples. Puxo deus aparte E digo: assina aqui, agora eu vou viver emancipado. E assim eu sei que p'los meus passos sigo o coelho até à toca, Apressado p'ra ver tempos d'outra forma. Sentado a ver se falo claramente do presente à minha volta, Antes que eu me apague e o expresse d'outra forma. Antes que o cigarro leve o vento e não se importa Que a ordem das ideias esteja torta. Que a horda destas cordas que se amarram à minha volta e me sufocam, Se amotinem e me mutilem na desordem Das ideias que abomino mas não deixam a minha lógica. Sou uma atracção turística p'ra quem procura respostas. Sou lucifer ou cristo ou quem pagar mais pl'uma hora de um serviço de psicólogo. Porque afinal tenho princípios e principalmente eu sei disso bem. Já gastei horas num sufoco que as mantém em mim. Também procuro em ti aprender e crescer, por isso é que pensei Que nunca o mundo deixaria o miúdo aquém Das expectativas, são nocivas quando irrealistas, Batem na minha sina e colidem com os meus ideais, mas mãe Não vou ser pessimista e posso não seguir p'la pista, Mas nunca irei decepcionar-te, eu vou dar cem De mim. E eu sei, aqui, quem sente o beat e espera que eu o agarre Como se não houvesse mais hipóteses p'ra singrar. Como se o infinito visse em mim a única oportunidade Do universo ouvir as frases p'la eternidade. Mas faço o que amo, juro, vivo p'ra estes versos. Revelo o meu intelecto por tudo o que eu escrevo, E sou severo, e a indiferença só revela o meu desprezo, eu sou sincero, O humano mata o meu interesse em ter interesse. É interessante Eu sempre fui seguro de mim mesmo, Até explorar-me pelas linhas do que eu penso. Realmente esta tinta traz-me epifania e lembre que se algum dia eu vir-me um astro, vou ler-vos o pensamento. E dar-vos o que precisam e iluminar-vos o caminho agreste. A vida é uma procura que não encontras A leste do paraíso. Um mestre deu-me o que eu preciso numa bússola e num pergaminho E até ao limbo eu vou andando sem destino. A deixar pegadas e a calca-las com o que eu calço. Os meus sapatos São a minha alma e eu vou deixar-vos calça-los. Na minha musica? Entranhem-se! Vou deixar-vos espantados Quando virem que musica é vida e eu não vou deixar assassina-la.
11.
(Refrão) Rap a consciência diz-me BAG Rasga as folhas do caderno e deixa o vento cantar versos Rap a consciência diz-me segue Estás no caminho certo pronto p'ra ser mestre (BAG) Se me elevo o contrário acontece e simétricamente a cinética vence-te sempre, Céticamente o inverso é complexo e despersas-te se não aprenderes que o Universo Tem leis, a fisica vai e vem, como o nexo que a vida contém Como um verso começa também o meu cérebro continua até no além. Contigo lido como o improviso e balanço-te em linhas, controlo o destino E assassino rimas á medida que assino a rubrica, salto à corda com a linha do tempo. Perdi-te Na métrica? É simples, é Algo que nunca assistis-te, é Um espectáculo de marionetas e o brio suporta o perfeccionismo man. Vibro com este circo, é o inicio do BAG no circulo infinito do Rap No sítio onde te enfio é uma espiral até ao inicio da terra. Respiro palavras, inspiro o mundo se expiro Inspiro a música ouvindo inspirações do antigo, tempo que a música fazia sentido. Tento por tento ao que eu digo, não digo Que as rádios matam a música, o tuga é que nunca procurou mais do que isto deriva na estupidez do ridículo. Definem-na no real sentido, Ocupam um espaço no livro em que cospem. Portugal Na história só vive do século quinze, Agora descobrem derrota Agora destroem o que têm de bom E constroem paredes p'ró dom Pródigo, E p'ró caminho que tombam, não hão de ouvir música até virar pó... Não hão de ver lucidez tomar o pódio (x2) Não hão de ver lucidez tomar o pódio até que um lunático grite REVOLTA!!! (Refrão) Rap a consciência diz-me BAG Rasga as folhas do caderno e deixa o vento cantar versos Rap a consciência diz-me segue Estás no caminho certo pronto p'ra ser mestre
12.
(BAG) O estado está putrefacto, enterrado no subsolo. Deu lugar ao nosso fado, agora, aguentas suporta-lo? OK! Se vais a Passos nunca hás de ver o sol e Debaixo do Sovaco, hás de leva-lo sempre ao colo! Escravo desta herança de artistas de origami, De listas de votantes que se abstêm da esperança. Vocês são Erica Fontes e nem ganham para as dores No pescoço de chuparem a tesão aos governantes. Querem ser kings no meio de Tróia, mas são só tendão de Aquiles. Serem livres à batota? Nem com Relvas no Jardim. Querem tachos? Atrasados! É bom que cozinhem os princípios, Virem médicos ou juízes, não se armem em Dom Afonso Henriques. Queres ser modelo? Põe no bolso o saca-rolhas Ou se fores louca e boa, põe a boca no trombone. Queres ser virado? Vira o rabo e aproveita. Pensa como o teu andar fica engraçado da plateia! Seres socialite é meio caminho para o sucesso. Se passares a vida a pitar porcas, vai para a casa dos suínos. Se passares o dia a tomar banhos de botox, Tenta p'lo menos acertar umas capitais em horário nobre. Se fores só estranho, pega no bote e põe-te em Castelo Branco, E arranja uma velha rica p'ró golpe do baú. E certifica-te que ela está com os pés p'ra cova E que seja tão plástica que já foi dada como morta! Mãe, olha a minha fama efemera. Quinze segundos na TV e ainda só vendi o orgulho. Tu bem dizias que o talento não me guia, Mas afinal, que sorte a minha, já estou nas bocas do mundo! (Refrão) Mãe, olha a minha fama efemera. Quinze segundos na TV e ainda só vendi o orgulho. Tu bem dizias que o talento não me guia, Mas afinal, que sorte a minha, já estou nas bocas do mundo! (BAG) Lili Caneças, eu adoro-te, EU VENERO-TE! Vamos fazer filhos bonitos: um de carne e um sintético. Vamos ser felizes lá nessa mansão que albergas. Convida a Cinha Jardim, vamos ser o trio do jet set. E Rita Pereira, vais continuar protagonista, girl, Mantém o teu carisma, não deixes a inveja subir-te aos olhos. Caga nas novelas, queria ver uma entrevista Entre ti e o Anselmo, a falar olhos nos olhos. E seus langonhas, seus pseudo-kizombas, Seus DJs de maratonas das noites de arromba, Ganhem juízo, poupem guito que esses tipos Ganharam no seu tráfico, e compra uma bossa nova. Agora a sério, filosofemos como Sócrates, Se os potes de sopa que temos aos pés estão cada vez mais Salgados, Ajoelhemos, rezemos ao espírito santo E já que na vida não vingamos, viremos o rabinho ao padre. De facto a poesia está a cair em rotina. Está p'las ruas da amargura a cair p'lo precipício. E é o indicio da cobiça que iça a tua fama fácil. Frágil é palavra certa p'rós artistas actuais. Eu estou com o Sam, vou abrir lavandarias! Estou como o Gula com a balança digital! Estou tipo Valete, já só crítico o mundo imundo E mudo a minha letra artística p'ra XEGar ás capitais! (Refrão) Mãe, olha a minha fama efemera. Quinze segundos na TV e ainda só vendi o orgulho. Tu bem dizias que o talento não me guia, Mas afinal, que sorte a minha, já estou nas bocas do mundo!
13.
(1º Voz Off) Os sonhos nascem de sonos imperiais e dias intemporais. Erguem-se epopeias, personalidades, aspas e vitórias. Fazem-se na efemeridade da vida, na dúvida do impossível. Levam-te a erguer marcos e paredes, que te marcam com cicatrizes que contarás com orgulho. Então, deixem-me contar-vos algo, que eu espero que venha a ecoar Pela eternidade... (BAG) É a nossa marca, claro que é a nossa casa. Sangrámos suor e lágrimas p'ra isto ser a nossa barca. Como a gaivota voa no 'e', nós embarcámos com garra. E quando falha o plano A sabes que é o B que agarra. Não depende de fama fácil é um misto d'arte. E p'ra mim estudar-te é algo em que eu vou misturar-me. Temos um pó mágico guardado, criamos mitos, claro Somos dos melhores em cada área, por isso funcionámos. Vais ver um boom no mercado, então aplaude! Sozinhos criámos a máquina que torna sonhos, realidade. Só tinta e inspiração divina e arte criativa fazem parte Desta mística planeada p'ra durar uma eternidade. Apela à fria fragrância, poesia dança contigo E cria laços de infância com uma imagem linda. A instância progride com a douradora tribo que alcança Os céus infinitos na esperança de ver o brilho. É a prova que nascemos p'ra isto e vivemos disto. As paredes erguem-se connosco e os sinos tocam ouvidos. A cidade não dorme e os becos vão-se construindo E encurralam gigantes intrépidos desde a altura de David! (2º Voz Off) E quantos heróis vêm numa história sem sangue, suor e lágrimas? E quantas histórias se contam sem paredes? Elas vivem dentro de nós e nós dentro delas. Elas moldam-nos e graças a elas aspiramos ser imortais. Deixem-me dizer-vos o que significam para mim... (BAG) Estas paredes escondem medos e promessas de grandeza E efemeramente viram tempos de pobreza, mas viraram. Dentro delas vive a mente que só eu conheço, Onde me afogo em pensamentos, e grito Os mantimentos já escasseiam! Elas fecham-se em poemas. Elas deitam-se com eles p'ra que os sonhos virem lemas. As paredes elas tremem e afastam portas e janelas E a ínfima possibilidade de haver vida fora delas. Enterrem-me com elas, nunca vão tirar-me delas. Disparem mas reparem que elas erguem-se. Elas fazem-me ser eu, então perdão aos némesis, Mas hoje a minha fé só vive nelas e elas querem-me! E elas pedem:" Nunca deixes esta terra. Esta selva de concreto Precisa de versos bélicos. É mesmo belo. E tu não zelas Ás promessas." Vivo delas e elas querem-me! E elas podem afogar-me mas eu só respiro nelas! Boa sorte aos inimigos mas o meu coração é lenda E se me alienarem o pensamento, então eu volto a dentro delas Como um mar em Marte é mártir. E a amar-te como eu, mato quem se mandar P'ra frente deste mar: não vai voltar a ver a terra! (3º Voz Off) E esta... é a nossa história

about

MIXTAPE - 2017

Primeiro projecto individual, concentrado na temática da importância da arte.

credits

released March 15, 2017

Moços do Bêco

license

tags

about

BAG Setubal, Portugal

Upcoming portuguese rapper and producer.
New EP available!

contact / help

Contact BAG

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like BAG, you may also like: